Volkswagen é condenada a pagar R$ 165 milhões por trabalho escravo no Pará

A Justiça do Trabalho do Pará condenou a Volkswagen do Brasil a pagar R$ 165 milhões por dano moral coletivo devido à exploração de trabalhadores em condições análogas à escravidão nas décadas de 1970 e 1980. A decisão foi proferida na última sexta-feira (29) pelo juiz Otavio Ferreira, da Vara do Trabalho de Redenção (PA).

A sentença é considerada a maior já aplicada no país em casos de trabalho escravo contemporâneo. O processo foi movido pelo Ministério Público do Trabalho (MPT), com base em documentos e depoimentos que apontaram práticas de servidão por dívida, vigilância armada, alimentação precária e ausência de assistência médica na Fazenda Vale do Rio Cristalino, em Santana do Araguaia (PA), conhecida como “Fazenda Volkswagen”.

De acordo com a decisão, o valor da indenização será destinado ao Fundo Estadual de Promoção do Trabalho Digno e de Erradicação do Trabalho em Condições Análogas à de Escravo do Pará (Funtrad/PA). Além disso, a montadora deverá fazer um reconhecimento público de sua responsabilidade e apresentar um pedido formal de desculpas.