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Terras raras cobiçadas por Trump estão sendo pesquisadas no Vale do Jiquiriçá

  • Foto do escritor: Nova Amargosa FM
    Nova Amargosa FM
  • 26 de jul.
  • 3 min de leitura
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Com aproximadamente 70% da produção mundial e 90% da capacidade de refino, a China exerce um monopólio estratégico que afeta diretamente as cadeias de suprimentos de potências globais como os Estados Unidos, a União Europeia e o Japão — Foto: (imagem: Ingo Doerrie disponível no Unsplash)

Nos últimos anos, o Governo Federal, por meio do Ministério de Minas e Energia e da Agência Nacional de Mineração (ANM), tem concedido autorizações para a realização de pesquisas minerais em diversas cidades do Vale do Jiquiriçá, na Bahia. As atividades de prospecção mineral, que começaram entre os anos 1990 e 2000 com foco na busca por ferro e bauxita, agora se concentram especialmente nas chamadas terras raras.

Na época, a mineradora Rio Tinto chegou a receber autorização para explorar áreas da região, após a identificação desses minerais. Já nos últimos anos, o foco das autorizações tem se voltado à pesquisa de terras raras, elementos considerados estratégicos para a indústria global.

Presença da Borborema Mineração em Ubaíra, Jiquiriçá e Mutuípe

No município de Ubaíra, a Borborema Mineração está instalada há alguns anos. Embora pouco se saiba sobre as atividades de extração, sabe-se que pesquisas minerais vêm sendo realizadas em diferentes comunidades rurais. Cenário semelhante foi registrado na zona rural de Jiquiriçá.

Recentemente, a empresa recebeu nova autorização da ANM, conforme publicação no Diário Oficial da União de 12 de maio de 2025. A licença permite a realização de pesquisas de bauxita e terras raras no município de Mutuípe.

Além disso, a Borborema também obteve autorizações para atuação em Jaguaquara, ainda dentro da região do Vale do Jiquiriçá.

Outros municípios com autorização para pesquisa mineral

No Baixo Sul da Bahia e na região do Médio Rio de Contas, diversos municípios também estão na lista de permissões para pesquisa mineral, incluindo Presidente Tancredo Neves, Wenceslau Guimarães, Teolândia, Ibirataia, Jequié e Apuarema. As informações foram checadas pelo Mídia Bahia.

Interesses internacionais nas terras raras do Brasil

Nesta semana, o governo do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, manifestou publicamente interesse nas reservas brasileiras de terras raras, que são essenciais para a indústria tecnológica e bélica. Há especulações de que os norte-americanos cogitam usar esse interesse como moeda de negociação diante da recente tarifa de 50% imposta ao Brasil.

Especialistas acreditam que o Brasil possui a segunda maior reserva de terras raras do mundo, o que pode colocar o país, e em especial a América Latina, no centro das atenções globais.

Com o avanço das pesquisas e a presença da Borborema Mineração, que já possui CNPJ registrado em Ubaíra desde 2021 e vem ampliando sua estrutura na região, cresce a expectativa de que o Vale do Jiquiriçá seja uma área estratégica para a exploração de minerais de alto valor comercial e tecnológico.

O que são terras raras?

As terras raras são um conjunto de 17 elementos químicos, sendo 15 deles pertencentes ao grupo dos lantanídeos na Tabela Periódica (do lantânio ao lutécio). Os outros dois elementos associados são o escândio (Z=21) e o ítrio (Z=39).

Esses elementos ocorrem geralmente nos mesmos minérios e apresentam propriedades físico-químicas semelhantes. As principais fontes econômicas de terras raras são os minerais monazita, bastnasita, xenótimo, loparita e as argilas lateríticas que absorvem íons.

Preocupações e especulações sobre a mineração

Em 2023, moradores da zona rural de Jiquiriçá demonstraram preocupação com a presença de pesquisadores na região do Monte Alto. Na época, questionamentos foram encaminhados às prefeituras de Ubaíra e Jiquiriçá, além da própria mineradora. No entanto, as respostas foram inconclusivas: as prefeituras alegaram desconhecimento e a empresa não respondeu oficialmente.

Além das terras raras, circulam especulações sobre a presença de lítio no Vale do Jiquiriçá, mineral estratégico para a produção de baterias de veículos elétricos. Além disso, drones, painéis fotovoltaicos, motores elétricos, tecnologia digital, impressão 3D e até mesmo combustíveis avançados.

Riqueza estratégica sem legislação específica

Apesar da importância econômica e geopolítica desses minerais, o Brasil ainda não possui uma legislação específica para o controle e uso de terras raras e outros minerais estratégicos. O presidente do Instituto Brasileiro de Mineração (IBRAM), Raul Jungmann, chegou a se posicionar publicamente a favor da proteção desses recursos como patrimônio do povo brasileiro.

A ausência de regulamentação coloca em risco uma riqueza que pode ser essencial para o futuro tecnológico e econômico do país.

Mídia Bahia

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