MP-BA questiona projeto de criação de jumentos em Amargosa
- Nova Amargosa FM

- 18 de set.
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O Ministério Público da Bahia (MP-BA) emitiu recomendações contra os planos de instalação de uma base de criação e melhoramento genético de jumentos no município de Amargosa, no Vale do Jiquiriçá. O projeto, idealizado por uma empresa chinesa, tem como objetivo a produção de ejiao, uma substância tradicionalmente utilizada na medicina chinesa. As informações foram divulgadas pelo jornal Folha de S. Paulo.
Segundo o MP-BA, a iniciativa traz sérios riscos, como abates em larga escala sem controle ambiental e sanitário, além de ameaçar a sobrevivência do jumento nordestino, cuja população já caiu mais de 90% nas últimas três décadas. O órgão também destaca que, em outros países onde o comércio de ejiao se expandiu, como em algumas regiões da África, a exploração desordenada de jumentos gerou impactos sociais e ambientais graves.
A Prefeitura de Amargosa se posicionou afirmando que qualquer projeto futuro envolvendo frigoríficos ou criação de animais só será autorizado se estiver em conformidade com as legislações ambientais e de bem-estar animal.
O plano da empresa inclui o uso de tecnologias avançadas, como sêmen congelado de jumentos chineses e treinamentos técnicos voltados para o setor. No entanto, a legalidade do abate de jumentos no Brasil continua sendo questionada. Recentemente, uma decisão do Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1) proibiu a prática em todo o país, o que pode afetar diretamente a viabilidade do projeto.
O jumento nordestino é considerado um patrimônio genético único, especialmente importante diante das mudanças climáticas, devido à sua resistência e adaptabilidade. Ambientalistas e defensores da causa animal defendem a preservação da espécie como parte da cultura e da biodiversidade da região.





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