Especialistas explicam como o organismo reage ao álcool e apontam cuidados para aliviar a ressaca
- Nova Amargosa FM

- há 23 horas
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Após períodos marcados por consumo elevado de bebidas alcoólicas, o organismo costuma apresentar sinais claros de sobrecarga. Dor de cabeça, náuseas, cansaço intenso e desidratação estão entre os sintomas mais frequentes da ressaca, condição que reflete alterações metabólicas, inflamatórias e hormonais provocadas pelo álcool.
De acordo com especialistas do Instituto Nutrindo Ideais, a ressaca não está relacionada apenas à perda de líquidos. O etanol ingerido é transformado no fígado em acetaldeído, uma substância tóxica que desencadeia estresse oxidativo e inflamação sistêmica. Estudos indicam que a intensidade dos sintomas varia conforme a resposta inflamatória individual, e não necessariamente pela quantidade de álcool ingerida.
Outro fator relevante é a inibição do hormônio antidiurético pelo álcool, o que provoca aumento da eliminação de urina, desidratação e perda de eletrólitos como sódio e potássio. Além disso, o metabolismo do etanol interfere na produção de glicose pelo fígado, favorecendo episódios de hipoglicemia, enquanto a fragmentação do sono contribui para fadiga, dificuldade de concentração e maior sensibilidade à dor.
Entre as principais estratégias de recuperação está a hidratação contínua. A recomendação é intercalar o consumo de bebidas alcoólicas com água e, após o evento, priorizar líquidos que auxiliem na reposição de eletrólitos, como água de coco e isotônicos naturais. Em situações de acesso limitado, água com pequena quantidade de sal e limão pode ajudar na reposição hidroeletrolítica.
A alimentação também desempenha papel importante na recuperação. Alimentos ricos em potássio, como a banana, auxiliam no equilíbrio dos eletrólitos. Ovos, por conterem cisteína, contribuem para a metabolização do acetaldeído, enquanto caldos leves favorecem a hidratação e fornecem minerais de fácil absorção.
Sucos naturais preparados com frutas ricas em água, vitaminas e antioxidantes também podem auxiliar no processo de recuperação. Combinações com melancia, abacaxi, melão, pepino, gengibre, hortelã e limão ajudam na hidratação e oferecem compostos com ação anti-inflamatória, desde que não substituam a ingestão regular de líquidos.
No uso de medicamentos, os especialistas alertam para cuidados específicos. Analgésicos à base de paracetamol devem ser evitados nas primeiras horas após o consumo de álcool, devido ao risco aumentado de toxicidade hepática. Anti-inflamatórios não esteroides podem ser mais eficazes no alívio da dor associada à inflamação, porém devem ser utilizados com cautela e preferencialmente após alimentação, já que o álcool também fragiliza a mucosa gastrointestinal.
Segundo os profissionais, o manejo adequado da ressaca passa pelo entendimento de que se trata de um quadro inflamatório e metabólico transitório, no qual hidratação, reposição de eletrólitos, alimentação leve e uso criterioso de medicamentos são as medidas mais seguras para a recuperação do organismo.





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