A brasileira Laura, de 9 anos entrou para a MENSA, a mais respeitada e antiga sociedade de pessoas mais inteligentes do mundo, a MENSA, nos Estados Unidos.
“Ela é brasileira e se tornou membro com 9 anos, o que é louvável e raríssimo pelo grau de dificuldade do teste”, disse toda orgulhosa a mãe dela, Bruna Büchele à Crescer.
Bruna disse que se mudou com a família para a Flórida, Estados Unidos há três anos e o curioso foi que, quando a menina tinha 6 anos, a escola informou Laura poderia apresentar um atraso nos estudos. A família não compreendeu o motivo, já que a menina entendia bem as aulas, a escrita e já lia livros em inglês.
Teste de QI
Mas a rapidez da adaptação de Laura à nova escola e à nova língua chamou atenção dos educadores, que pediram um teste de Q.I.
“Ela fez um teste que durou cerca de 4 horas. Foi bem exaustivo, parte no computador, parte verbal. Depois, a psicóloga explicou que nas escolas norte-americanas, as crianças que tem um QI acima de 130 são colocadas em uma mesma sala para que possam evoluir. Laura apresentou uma pontuação de 139, com apenas 7 anos”, lembra Bruna.
“Eles explicaram que ela deveria ser constantemente desafiada, caso contrário, poderia ficar entediada rapidamente e perder o interesse”, conta.
A partir daí, os pais começaram a perguntar o que Laura gostaria de aprender. “Ela começou a fazer aulas de piano, e simplesmente tirava música só de ouvir. Também pediu para aprender francês, e era perceptível a facilidade com que aprendia”, disse a mãe.
MENSA
Logo depois, Laura começou a participar de campeonatos na escola e em setembro entrou para o MENSA internacional — a maior, mais antiga e mais famosa sociedade de alto QI do mundo.
“Laura é fanática por livros, lê um ou dois toda semana. Faz cálculos complexos de cabeça. As notas dela são incríveis. Ela está na quarta série, mas, segundo os professores, a sua leitura equivale a de um estudante do sétimo ano. Todos os testes que ela fez para matemática e língua inglesa equivalem ao sexto ano. E é muito provável que quando chegar no ensino médio, ela consiga pular etapas”, conta.
Desde cedo
A mãe conta que, desde pequena, Laura sempre chamou a atenção da família.
“Com 1 ano, ela já falava seu nome completo; com 2, falava o alfabeto inteiro e conseguia fazer pequenas leituras. Mas ela sempre se destacou muito pela memória. Ela consegue lembrar detalhes, roupas, acontecimentos em locais específicos, nomes de pessoas”, conta.
“Mas sempre a tratamos normalmente. Todos da família sempre a elogiavam, achavam ela inteligente, mas como era nossa primeira filha, não tínhamos muito parâmetro”, disse.
Segundo a mãe, Laura é uma menina muito sociável, faz amizades com todos, gosta de crianças de todas as idades e adora brincar. Talvez, por isso, não tenha sofrido com bullying, explica.
Por outro lado, as dificuldades são em relação a “personalidade forte”. “Ela é resistente e já entendemos que ela tem uma forma de aprender diferente. Ela gosta muito de seguir um cronograma, então, criamos calendários com horários e tem funcionado bem assim”, diz.
Futuro
Sobre o futuro da filha, Bruna afirma que não força a filha:
“Dá muito medo, principalmente de errar em algum momento. Por isso, sempre gosto de perguntar o que ela gostaria de fazer. Nada é forçado! Apesar dessa facilidade toda, quero que ela tenha uma infância feliz e viva esse momento que é único na vida. Queremos que que ela brinque com os amigos na rua, mas sem desperdiçar o dom que ela tem. Ela já até sugeriu formas de combater o coronavírus…(risos) Queremos dar esse espaço para que ela continue criando e explore todas as coisas que ela quiser”, comentou.
“Provavelmente, se estivéssemos no Brasil, ela não teria recebido toda essa orientação e incentivo na escola. Sei que no nosso país tem crianças que se destacam, mas, muitas vezes, não recebem orientação ou nem são identificadas. Como a Laura, devem ter muitos outros por aí que, se fossem guiados, seriam pequenos gênios inventando vários coisas para melhorar e facilitar nossa vida”, finalizou.
A neuropsicóloga Deborah Moss, mestre em psicologia do desenvolvimento (USP), concorda com Bruna.
“Algumas escolas investem nisso, mas ainda são minoria. Esse alto desempenho já aparece já na infância, então, mesmo num contexto familiar, eles costumam destoar. Não é difícil mesmo para pessoas leigas perceberem as diferenças. Por isso, a orientação é buscar, em um primeiro momento, um neurologista para fazer uma avaliação e os encaminhamentos”, alertou.
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